Hoje a história é da Ligia (@li.mamae), que após muita luta tem uma bela família com 03 filhos: Leia, se emocione e se motive. 
Casamos bem novinhos. Eu com 23 e o papai com 26. Uns três anos depois começamos pensar em ter filhos. Quatro anos depois engravidei pela primeira vez com a ajuda de indutores da ovulação, já que esse era o único motivo (aparente) para não conseguir engravidar. Perdi o bebê antes mesmo da primeira ultrassonografia.
Mais dois anos de tentativas sem sucesso e finalmente aceitei a ideia de procurar um especialista em reprodução assistida. Muitos outros exames foram realizados e constatamos que, além das dificuldades de ovulação, meu marido tinha uma leve alteração na motilidade dos espermatozoides, que não impedia uma gravidez espontânea mas era mais um motivo para dificultar, mais um fator agravante.
Partimos, então, para uma Inseminação Artificial, e na primeira tentativa tivemos um positivo. Um beta HCG baixo, que não aumentava muito, mas lá estava meu bebê, com batimentos cardíacos. Poucos dias depois comecei ter um sangramento e na ultrassonografia lá estava mais uma derrota, ausência dos batimentos cardíacos no embrião.
Depois disso, fizemos mais três Inseminações Artificiais (IA) sem sucesso e, então, partimos para a Fertilização in Vitro (FIV). Sabendo como meu corpo respondia com as medicações, meu médico foi super cauteloso na indução, mas, mesmo assim, tive muitos folículos e foram aspirados 32 óvulos! Desses, 22 estavam maduros e 18 fertilizaram. Dos 18, tivemos 14 bons embriões que continuaram se desenvolvendo após o segundo dia. Três dias depois retornamos a clínica felizes da vida para ¨buscar¨ nosso bebê, mas ao fazer uma ultrassonografia meu médico observou que eu estava com líquido na cavidade abdominal, e optou por não fazer a transferência naquele dia, congelando todos os embriões. Voltei para casa muito frustrada, com medo de não dar certo com os embriões congelados, e triste porque na minha cabeça já voltaria grávida para casa naquele mesmo dia. Hoje sei quão prudente e correto foi meu médico, meu anjo Dr. Waldemar.
Um mês depois, já recuperada de tudo e com o endométrio preparado fizemos a transferência de dois lindos embriões. Doze dias depois um beta positivo. E mais uma vez comecei ter um sangramento, dessa vez muito intenso! Estava de 5 semanas e 4 dias, fizemos uma ultrassonografia e o saco gestacional estava lá, bem redondinho, o que tranquilizou meu médico, porém o fez pensar em todas as possibilidades para esse sangramento. Saí do consultório direto para uma clínica que trabalha com imunologia de reprodução, e fiz a primeira aplicação de Imunoglobulina Humana. Saí dessa clínica direto para o hospital para internar. Dois dias depois fui fazer a primeira ultra lá no hospital (depois da hemorragia naquele dia que só tínhamos visualizado o saco gestacional) nunca, nunca vou me esquecer os segundos de angustia que vivi antes de ouvir do médico “estou visualizando o embrião e tem batimentos cardíacos!”. A partir daquele dia eu passei a acreditar que poderia dar certo, mesmo com o sangramento e com muitos betas que não subiam como esperávamos. Uma semana de hospital e vim para casa continuar meu repouso absoluto! Só me levantava para ir ao banheiro. Com 12 semanas estava tudo perfeitamente normal e voltei a fazer tudo, inclusive trabalhar…Fiz uso da Imunoglobulina Humana até o sétimo mês de gestação e meu príncipe nasceu de parto cesárea, com 39 semanas de uma gravidez tranquila passado o primeiro trimestre.
Quando meu filho estava com 1 ano e 7 meses de idade engravidei mais uma vez, naturalmente. Estava muito tranquila achando que nada mais daria errado. Mas na primeira ultrassonografia nada de ver o saco gestacional. Uma semana depois e com uma dor chatinha do lado direito conseguimos visualizar o embrião com batimentos cardíacos presentes, na trompa direita, a tal da Gestação ectópica. Retirei a trompa e deixei a vida rolar. Sempre tive vontade de ter mais filhos mas não pensava em realizar outro tratamento.
E, então, quatro anos depois da gravidez ectópica mais um positivo! Nada de sangramento, beta bonitinho… e nada de aparecer embrião. Fui três semanas seguidas fazer ultrassonografia com meu médico, ele sempre me animando dizendo que a ovulação poderia ser tardia (ter acontecido depois do que eu imaginava), mas eu sabia o dia exato, e sabia que algo estava errado de novo. E então, confirmamos que nossa quinta gestação era anembrionária, em que existe o saco gestacional mas não existe o embrião. E foi dessa vez que o desejo de ter o segundo filho ganhou força. Foi ali que pensei que podia ser um sinal para eu fazer novamente a minha parte e contar com a ajuda da medicina. E foi meu anjo, mais uma vez, que me incentivou a tentar com meus embriões congelados lá atrás… 6 anos atrás! E assim fizemos, transferimos três embriões (tinha 12 congelados, descongelamos 6 e sobreviveram esses 3). E o resto da história esta aqui… minhas pequenas princesas que chegaram com 37 semanas de uma gestação absolutamente perfeita, tranquila, sem intercorrência nenhuma, no auge dos meus 40 anos!
Costumo dizer que tudo tem um porquê, e na minha história tive muitos, mas hoje compreendo a importância de cada uma deles para conseguir estar realizada como estou.
Olha que linda história de superação. Pense que logo será você escrevendo o seu depoimento.